Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962) foi um psicólogo, filósofo, médico e político francês. Tornou-se conhecido por seu trabalho científico sobre a Psicologia do Desenvolvimento.
Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu em Paris, França, no dia 15 de junho de 1879. Seu avô foi o político Henri-Alexander Wallon. Em 1899, Wallon ingressou na Escola Normal Superior. Em 1902 formou-se em Filosofia. Em 1908 formou-se em Medicina. Entre 1908 e 1931 dedicou-se ao trabalho com crianças especiais, portadoras de deficiência Mental. Em 1914, serviu como médico na Primeira Guerra Mundial.
A partir de 1920, Wallon passou atuar como médico em instituições psiquiátricas. Foi convidado para organizar conferências sobre psicologia da criança, na Universidade de Sorbonne e em outras instituições superiores. Em 1927, foi nomeado diretor de estudos da École Pratique des Hautes Etudes. Criou o Laboratório de Psicologia do Centro Nacional de Pesquisa Científica. Em 1931, viajou para Moscou, onde integrou o Círculo da Rússia Nova. A proposta do grupo era aprofundar o estudo do materialismo dialético e examinar sua aplicação em várias áreas do conhecimento.
Estudioso do Marxismo, Wallon filiou-se ao partido comunista francês, em 1942, enquanto atuava na Resistência Francesa, lutando contra a ocupação nazista. Atuou também como professor do Departamento de Psicologia do College de France. Durante 1941 a 1945 permaneceu na clandestinidade, retornando às atividades ao final da Segunda Guerra Mundial. A partir de 1946, Wallon presidiu a seção francesa da Liga Internacional de Educação Nova, que congregava pedagogos, psicólogos e filósofos críticos do ensino tradicional. Presidiu esse grupo até 1962, ano de sua morte. Após a Segunda Guerra, foi convidado pelo governo francês para participar de uma comissão para restaurar o setor educacional da França. Em seus estudos, Wallon estabeleceu que a criança passa por cinco estágios de desenvolvimento, cada um com suas características próprias: o primeiro seria o “Impulsivo Emocional” (de 0 a 1 ano), quando a criança expressa sua afetividade através de movimentos desordenados e vem acompanhada de mudanças físicas. Utiliza emoções para se comunicar com o outro.
O segundo estágio seria o “Sensório-Motor e Projetivo” (1 a 3 anos), quando a criança já possui coordenação motora que a impulsiona a manipular objetos. Período em que desenvolve atividades simbólicas e a linguagem.
No terceiro, “Estágio do Personalismo” (3 a 6 anos), o desenvolvimento da construção da consciência de si é voltado para o enriquecimento do eu e também da construção da personalidade. O indivíduo já consegue explorar o processo de discriminação entre si e o outro, utiliza as expressões como, eu, meu, não, entre outras. Dentro desse estágio, predomina a afetividade que é vista em três fases distintas: a oposição, a sedução e a imitação.
No quarto, “Estágio Categorial” (de 6 aos 11 anos), a criança já tem condições de realizar atividades de agrupamento e classificação em vários níveis, o que propicia ao indivíduo uma compreensão melhor de si mesmo.
No quinto estágio “Puberdade e Adolescência”, que se inicia aos 11 anos, o jovem procede a exploração de si mesmo, como entidade autônoma, através do processo de autoafirmação, questionamento, apoio a seus pares, em contraposição ao mundo adulto.
Para Wallon, os elementos afetividade, movimento, conhecimento e construção do eu como pessoa e espaço físico encontram-se juntas no mesmo plano. Portanto, as atividades pedagógicas e os objetos devem ser trabalhados de formas diversificadas.
Henri Paul Hyacinthe Wallon faleceu em Paris, França, no dia 1 de dezembro de 1962
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BIOGRAFIA DE EDGARD ROQUETTE PINTO
Médico, antropólogo e educador brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, pioneiro da radiofonia e a televisão no Brasil com o objetivo de difundir a cultura. Filho de Manuel Menelio Pinto e Josefina Roquette-Pinto Carneiro de Mendonça, graduou-se em medicina (1905) pela Faculdade Nacional de Medicina, colaborou com a missão de Rondon (1912), quando filmou os índios nhambiquaras. Também realizou estudos sobre os sambaquis, depósitos arqueológicos no litoral do Rio Grande do Sul e ensinou história natural na Escola Normal do Rio de Janeiro (1916) e fisiologia na Universidade Nacional do Paraguai (1920). Homem empreendedor e de múltiplas atividades, interessou-se pelo progresso tecnológico dos meios de comunicação de massa.
Assim criou a primeira estação de rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (1923), instalada na Academia Brasileira de Ciências. A emissora foi doada ao governo federal e transformada na Rádio Ministério da Educação (1936). Tornou-se diretor da Faculdade Nacional de Medicina (1926), foi eleito para a cadeira de nº 17 da Academia Brasileira de Letras (1927), na sucessão de Osório Duque-Estrada e foi recebido no dia 3 de março (1928) pelo acadêmico Aloísio de Castro.
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Presidiu o I Congresso Brasileiro de Eugenia (1929) e realizou as primeiras demonstrações de televisivas no Brasil (1929). Fundou a Rádio Escola Municipal do Rio de Janeiro (1934), depois Rádio Roquette-Pinto. Com Humberto Mauro, criou (1937) o Instituto Nacional do Cinema Educativo, que dirigiu. Sempre viveu na cidade do Rio de Janeiro, cidade onde também faleceu, e em sua obra escrita destacam-se Guia de antropologia (1915), Ensaios de antropologia brasileira (1933), Samambaia (1934) e Ensaios brasileiros (1941).
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BIOGRAFIA HEITOR VILLA LOBOS
Heitor Villa-Lobos (1887-1959) foi um maestro e compositor brasileiro, considerado um expoente da música erudita no Brasil. Suas peças são executadas no circuito dos mais prestigiados teatros europeus e americanos.
Heitor Villa-Lobos (1887-1959) nasceu no bairro de Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro, no dia 5 de março de 1887. Filho de Raul Villa-Lobos, diretor da Biblioteca do Senado e músico amador, e da dona de casa Noêmia Monteiro, grandes incentivadores dos estudos do filho, na esperança de vê-lo formado em medicina.
Autodidata, com seis anos compôs a primeira peça para violão, baseada em cantigas de moda. Com oito anos começou seu interesse por Bach. Apreciava também os ritmos populares. Conheceu os ritmos nordestinos quando frequentava com o pai a casa de Alberto Brandão, onde se reuniam os cantadores nordestinos. Aprendeu cedo a tocar violoncelo, clarinete e saxofone.
Com 12 anos ficou órfão de pai e a família enfrentou dificuldades financeiras. Para sustentar os oito filhos, sua mãe, acostumada à vida social, conseguiu um emprego para lavar e engomar as toalhas e guardanapos da Confeitaria Colombo. Com 16 anos, foi morar com uma tia. Encantado com os “chorões”, grupo malvisto pela nata da sociedade, frequentava o Cavaquinho de Ouro, loja de música onde os chorões recebiam convite para se apresentar em diversos lugares.
Em 1905 viajou para o Nordeste e extasiou-se com a riqueza do folclore. Em 1907 escreveu “Os Cantos Sertanejos”, para pequena orquestra. Nessa época, buscando uma formação acadêmica, matriculou-se no curso de Harmonia de Frederico Nascimento, no Instituto Nacional de Música, mas não se adaptou à disciplina dos estudos. Ganhava a vida tocando violoncelo, piano, violão e saxofone nos teatros e cinemas cariocas. Realizou alguns recitais com suas obras, mas recebia crítica por suas inovações musicais.
A Semana de Arte Moderna em 1922 projetou Villa-Lobos internacionalmente como criador original pela fusão dos ritmos folclóricos e populares com a música erudita. Em 1923, com 36 anos, financiado pelo governo, desembarcou em Paris, para mostrar seu talento, retornando em 1924. Em 1927 voltou à Europa, financiado pelo milionário Carlos Guinle. Nessas viagens, apresentou concertos de suas obras regendo importantes orquestras pelo continente.
O auge da criatividade de Heitor Villa-Lobos foi a década de 30, quando compôs as “Bachianas Brasileiras”, suítes para diversas combinações de instrumentos que expressam a afinidade entre Bach e procedimentos melódicos e harmônicos a música popular instrumental brasileira. Em 1931, ao excursionar por 54 cidades do interior paulista, inspirou-se para compor “O Trenzinho Caipira”, outra peça antológica.
Um episódio mais turbulento da vida pessoal do maestro ocorreu em 1936, em uma viagem a Berlim, já em companhia da amante, mandou uma carta desmanchando o casamento de 23 anos com a pianista Lucília Guimarães para se unir a Arminda Neves d’Almeida então com 24 anos (quando ele tinha 49), professora de música, com quem permaneceria até a morte.
Durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945), quando era obrigatório o ensino de música nas escolas, o maestro foi secretário de Educação Musical e orientava os professores da rede pública sobre como ensinar música. Sob sua batuta, promovia apresentações de canto orfeônico que reunia estudantes em estádios de futebol.
Ressentido porque suas músicas eram pouco executadas no Brasil, Villa-Lobos costumava desabafar: “Não tive o justo reconhecimento em meu próprio país”. Depois da II Guerra, o maestro iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa, onde suas peças eram executadas no circuito dos mais prestigiados teatros.
Heitor Villa-Lobos fundou e foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Música. Era membro a Academia de Belas Artes de Nova Iorque. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Nova Iorque. Deixou mais de mil composições, com destaque para as “Bachianas Brasileiras”, em número de nove, entre elas, a de nº 4 para piano e a de nº 5 para soprano e conjunto de violoncelos, "Choro nº 2", "Choro nº 5" e "Descobrimento do Brasil, 4 suítes".
Heitor Villa-Lobos faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de novembro de 1959.
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BIOGRAFIA ANTONIO GRAMSCI
Antonio Gramsci (1891-1937) foi um ativista político, jornalista e intelectual italiano, um dos fundadores do Partido Comunista da Itália.
Antonio Gramsci nasceu em Ales, Sardenha, Itália, no dia 22 de janeiro de 1891. Filho de Francesco Gramsci e de Guiseppina Marcias nasceu com uma deformidade na coluna, mas sua capacidade intelectual o ajudou a superar todas as dificuldades. Após a prisão de seu pai acusado de desvio de verbas públicas, sua mãe e os sete filhos passaram por sérios problemas financeiros.
Antonio Gramsci era um aluno brilhante e ao ganhar um concurso recebeu como prêmio uma bolsa para estudar Literatura na Universidade de Turim. Nesse período, recebeu grande influência dos socialistas, entre eles, o político e filósofo Benedetto Croce.
Em 1913 filiou-se ao Partido Socialista Italiano. Trabalhou em várias publicações periódicas do partido, entre eles, o “Avanti”, a publicação oficial do partido. Em seguida se converteu em dirigente da ala esquerda do partido. Em 1919, junto com Togliatti e Terracini, fundou a revista “L’ Ordini Nuovo”.
Em 1921, Antonio Gramsci aliou-se ao político Amadeo Bordiga e à ampla facção comunista, dentro do Partido Socialista. Nesse mesmo ano, representaram o partido no XVII Congresso Socialista em Livorno. Romperam com os Socialistas e fundaram o Partido Comunista da Itália. Gramsci tornou-se um dos líderes do partido. Em 1922 representou o partido na Terceira Internacional realizada em Moscou. Nessa época, conheceu a violonista Guilia Schucht, sua futura esposa e mãe de seus dois filhos.
Em 1924 criou o órgão de imprensa oficial do partido o “L’ Unita”. Nesse mesmo ano, foi eleito deputado por Vêneto. Nos primeiros anos de atuação, o partido foi dominado por uma tendência majoritária mais à esquerda formada em torno de Amadeo Bordiga. O partido tinha como objetivos destruir o Estado burguês e abolir o capitalismo através da revolução e da ditadura do proletariado, nos termos definidos por Lenin.
Em janeiro de 1926, por ocasião do III Congresso do partido, realizado clandestinamente na cidade de Lyon, na França, ocorreu uma decisiva mudança de orientação, com a aprovação das “Teses de Lyon”, elaboradas por Gramsci, onde estabeleceu a ampliação das bases sociais do comunismo levando-o a todas as classes de trabalhadores. Em consequência, o grupo de Bordiga passou a ser minoritário e acusado de sectarismo.
Nessa época, o fascismo de Mussolini começava a mostrar sua verdadeira face. Com as leis promulgadas, concentrou poderes de chefe de Estado. Fechou os jornais de oposição, dissolveu os demais partidos e perseguiu seus líderes. Os dirigentes oposicionistas, exilados em Paris, formaram uma frente antifascista. Antonio Gramsci foi processado e no dia 8 de novembro de 1926 foi detido e levado para a prisão romana de Regina Coeli.
Antonio Gramsci foi condenado, passou o resto de sua vida na prisão. Mesmo submetido a maus tratos, Gramsci foi capaz de produzir uma grande obra “Cadernos do Cárcere”, que reúne uma revisão original do pensamento de Marx, no sentido histórico e com tendências a modernizar o legado comunista e adaptá-lo às condições da Itália. Em 1934, com a saúde frágil, Gramsci recebeu a liberdade condicional. Posteriormente, as cartas escritas aos parentes e amigos foram reunidas e publicadas na obra “Cartas do Cárcere”.
Antonio Gramsci faleceu em Roma, Itália, no dia 27 de abril de 1937.
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BIOGRAFIA DE LEV VYGOSTSKY
Lev Vygotsky (1896-1934) foi um psicólogo bielo russo que realizou diversas pesquisas na área do desenvolvimento da aprendizagem e do papel preponderante das relações sociais nesse processo, o que originou uma corrente de pensamento denominada Sócio Construtivismo.
Lev Semenovitch Vygolsky (1896-1934) nasceu em Orsha, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia (região dominada pela Rússia que se tornou independente em 1991, com o fim da União Soviética, passando a se chamar Belarus), no dia 17 de novembro de 1896. Filho de uma próspera e culta família judia viveu um longo período em Gomel, também na Bielo-Rússia. Teve um tutor particular e se dedicou à leitura até ingressar no curso secundário, concluído aos 17 anos com excelente desempenho.
Com 18 anos, Lev Vygotsky matriculou-se no curso de Medicina, mas em seguida transferiu-se para o curso de Direito a Universidade de Moscou. Paralelamente ao curso de Direito estudou Literatura e História da Arte. Em 1917, ano da Revolução Russa, graduou-se em Direito e apresentou um trabalho intitulado “Psicologia da Arte”, que só foi publicado na Rússia em 1965. Depois de formado, voltou para Gomel, onde além de escrever críticas literárias e proferir palestras sobre temas ligados a literatura e psicologia em várias escolas, publicou um estudo sobre os métodos de ensino da literatura nas escolas secundárias.
Ainda em Gomel, Lev Vygotsky fundou uma editora, uma revista literária e um laboratório de psicologia no Instituto de Treinamento de Professores, onde ministrava cursos de Psicologia. A partir daí, para auxiliar o desenvolvimento dessas crianças, centralizou suas pesquisas na compreensão dos processos mentais humanos. Em 1924, após uma brilhante participação no II Congresso de Psicologia em Leningrado, foi convidado a trabalhar no Instituto de Psicologia de Moscou. Nessa época, escreveu o trabalho “Problemas da Educação de Crianças Cegas, Surdas-mudas e Retardadas”.
O interesse de Vygotsky pelas funções mentais superiores, cultura, linguagem e processos orgânicos cerebrais o levaram a trabalhar com pesquisadores neurofisiologistas como Alexander Luria e Alexei Leontiev, que deixaram importantes contribuições para o Instituto de Deficiência de Moscou, entre eles o livro “A Formação Social da Mente” onde aborda os processos psicológicos tipicamente humanos, analisando-os a partir da infância e do seu contexto histórico-cultural.
Entre outros trabalhos de Lev Vygotsky destacam-se: “A Pedologia de Crianças em Idade Escolar” (1928), “Estudos Sobre a História do Comportamento” (1930, escrito com Luria), “Lições de Psicologia” (1932), “Fundamentos da Pedologia” (1934), “Pensamento e Linguagem” (1934), “Desenvolvimento da Criança Durante a Educação” (1935) e “A Criança Retardada” (1935).
Após sua morte, suas ideias foram repudiadas pelo governo soviético e suas obras foram proibidas na União Soviética, entre 1936 e 1958, durante a censura do regime stalinista. Em consequência, seu livro “Pensamento e Linguagem” foi lançado no Brasil somente em 1962 e “A Formação Social da Mente” foi lançado em 1984.
Lev Vygotsky faleceu em Moscou, Rússia, no dia 11 de junho de 1934.
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BIOGRAFIA DE JEAN PIAGET
Jean Piaget (1896-1980) foi um psicólogo suíço e importante estudioso da pedagogia infantil. Revolucionou os conceitos de inteligência e desenvolvimento cognitivo.
Jean Piaget (1896-1980) nasceu em Neuchâtel, na Suíça, no dia 9 de agosto de 1896. Seu pai era professor universitário de Literatura Medieval. Desde criança, já mostrava interesse pela natureza. Na adolescência, escreveu artigos científicos e trabalhou gratuitamente para o Museu de História Natural.
Ingressou na Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia. Em 1918, tornou-se doutor em Biologia. Já despertava interesse pela mente humana. Nesse mesmo ano mudou-se para Zurique, onde passou a trabalhar em um laboratório de psicologia. Em seguida fez estágio em uma clínica psiquiátrica. Nesse período, assistiu às aulas ministradas pelo psicólogo Carl Jung, discípulo de Freud.
Em 1919, Piaget foi para Paris, onde trabalhou com o psicólogo infantil Alfred Binet, responsável pelo desenvolvimento da avaliação da inteligência, que posteriormente serviriam de base para a criação dos testes de QI. Foi professor da escola e laboratório de pesquisa experimental, dirigido por Binet.
Jean Piaget descobriu através de avaliações, que as crianças da mesma faixa etária cometiam os mesmos erros, o que o levou a acreditar que o pensamento lógico se desenvolvia gradativamente. Começou então, a estudar o desenvolvimento das habilidades cognitivas das crianças. Em 1921, Piaget voltou para a Suíça, onde assumiu a direção do Instituto Jean-Jacque Rousseau, na Universidade de Genebra.
Em 1923, publicou “A Linguagem e o Pensamento da Criança”. Nesse mesmo ano casa-se com Valentine Châtenay, com quem teve três filhas, que foram importantes para o desenvolvimento de suas pesquisas. Em 1924, publicou “O Juízo e o Raciocínio da Criança”. Em 1936, recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade de Harvard. Lecionou em diversas universidades da Europa, entre elas a Universidade de Sorbonne, em Paris.
Em 1955, fundou o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Escreveu cerca de 100 livros e mais de 500 artigos científicos. A metodologia educacional criada por Jean Piaget passou a servir de modelo para diversas escolas em grande parte do mundo.
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BIOGRAFIA DE PAULO FREIRE
Paulo Freire (1921-1997) foi um educador brasileiro, criador do método inovador no ensino da alfabetização, para adultos, trabalhando com palavras geradas a partir da realidade dos alunos. Seu método foi levado para diversos países.
Paulo Freire nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921. Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar e de Edeltrudes Neves Freire morou na cidade do Recife até 1931, quando foi morar no município vizinho de Jaboatão dos Guararapes, onde permaneceu durante dez anos. Iniciou o curso ginasial no Colégio 14 de Julho, no centro do Recife. Com 13 anos perdeu seu pai e coube a sua mãe a responsabilidade de sustentar todos os 4 filhos. Sem condições de continuar pagando a escola, sua mãe pediu ajuda ao diretor de Colégio Oswaldo Cruz, que lhe concedeu matrícula gratuita e o transformou em auxiliar de disciplina, e posteriormente em professor de língua portuguesa.
Em 1943 ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Em 1944 se casou com Elza Maria Costa de Oliveira, professora primária, com quem teve cinco filhos. Depois de formado continuou como professor de português no Colégio Oswaldo Cruz e de Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1947 foi nomeado diretor do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria. Em 1955, junto com outros educadores fundou, no Recife, o Instituto Capibaribe, uma escola inovadora que atraiu muitos intelectuais da época, e que continua em atividades até hoje.
Preocupado com o grande número de adultos analfabetos na área rural dos estados nordestinos, que formavam um grande número de excluídos, Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização baseado no vocabulário do cotidiano e da realidade dos alunos. As palavras eram discutidas e colocadas no contexto social do indivíduo. Por exemplo: o agricultor aprendia as palavras, cana, enxada, terra, colheita, fogo etc. e os alunos eram levados a pensar nas questões sociais relacionadas ao seu trabalho. A partir das palavras baseia se construindo novas palavras e ampliando o vocabulário.
A iniciativa do educador foi aplicada pela primeira vez, em 1962, na cidade de Angicos no sertão do Rio Grande do Norte, quando foram alfabetizados 300 trabalhadores da agricultura. O projeto ficou conhecido como “Quarenta horas de Angicos”. Os fazendeiros da região chamavam o processo educativo de “praga comunista”. Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi acusado de agitador e levado para a prisão onde passou 70 dias, e em seguida se exilou no Chile. Durante cinco anos desenvolveu trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária
Em 1969, Paulo Freire lecionou na Universidade de Harvard. Durante dez anos, foi consultor especial do Departamento de Educação do Conselho Municipal das Igrejas, em Genebra, na Suíça. Viajou por vários países do Terceiro Mundo dando consultoria educacional. Em 1980, com a anistia, retornou ao Brasil, estabelecendo-se em São Paulo. Foi professor da UNICAMP e da PUC. Foi Secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão de Luiza Erundina. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, conhecida como Nita Freire, uma ex-aluna do Colégio Oswaldo Cruz.
Por seu trabalho na área educacional, Paulo Freire foi reconhecido mundialmente. É o brasileiro com mais títulos de Doutor Honoris Causa de diversas universidades, são 41, ao todo, entre elas, Harvard, Cambridge e Oxford.
Paulo Freire faleceu em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997.
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BIOGRAFIA DE ANÍSIO TEIXEIRA
Anísio Teixeira (1900-1971) foi um importante teórico da educação no Brasil. Foi o principal idealizador das grandes mudanças que ocorreram na educação brasileira no século XX. Fez parte do movimento de renovação do ensino chamado de Escola Nova.
Anísio Spínola Teixeira (1900-1971) nasceu em Caetité, no sertão baiano, no dia 12 de julho de 1900. Filho de fazendeiros, estudou no colégio jesuíta São Luís Gonzaga em sua cidade natal. Em 1914 ingressou no colégio Antônio Vieira, em Salvador. Cursou Direito na Universidade do Rio de Janeiro formando-se em 1922.
De volta à Bahia, em 1924 foi nomeado Inspetor Geral de Ensino. No ano seguinte viajou pela Europa observando os sistemas de ensino. Esteve na Espanha, Bélgica, França e Itália. Regressou à Bahia e passou a desenvolver uma série de mudanças na educação do Estado. Em 1927 foi aos Estados Unidos buscar conhecimentos sobre as ideias do filósofo e pedagogo John Dewey. No ano seguinte demitiu-se do cargo por não ter o apoio do novo governador.
Em 1928 voltou aos Estados Unidos onde concluiu uma pós-graduação. Em 1929 obteve o título de mestre em educação no Teacher’s College da Universidade de Colúmbia, em Nova York. Nessa época conheceu o educador John Dewey. Nesse mesmo ano regressou ao Brasil e assumiu a cadeira de filosofia e história da educação na Escola Normal de Salvador.
Em 1931 mudou-se para o Rio de Janeiro sendo então nomeado Diretor de Instrução Pública do Distrito Federal. Nessa época criou uma rede municipal de ensino que integrava da escola primária até a universidade. Fez parte de um grupo de educadores interessados em remodelar o ensino no país, oferecendo um ensino livre e aberto. Esse movimento foi chamado de "Escola Nova", que ganhou maiores proporções com a divulgação do “Manifesto da Escola Nova”, em 1932. Em 1935 criou a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Em 1936, perseguido pela ditadura Vargas, demitiu-se do cargo de diretor e regressou a Bahia.
Em 1946, Anísio Teixeira foi nomeado Conselheiro Geral da UNESCO. Em 1947 assumiu novamente a pasta da Educação do Estado da Bahia. Nesse período criou a Escola Parque, em Salvador, que se tornou um novo modelo de educação integral. Em 1952 esteve à frente do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, realizando trabalhos para a valorização da pesquisa educacional no país.
No fim dos anos 50, Anísio Teixeira participou de debates para a implantação da Lei de Diretrizes e Bases. Junto com Darcy Ribeiro fundou a Universidade de Brasília, tornando-se reitor em 1963. No ano seguinte, com a instalação do governo militar, deixou o Instituto (que hoje leva seu nome) e foi para os Estados Unidos, onde passou a lecionar na Universidade de Colúmbia e na Universidade da Califórnia. Em 1966, Anísio Teixeira voltou ao Brasil e tornou-se consultor da Fundação Getúlio Vargas.
Anísio Teixeira escreveu os livros “A Universidade e a Liberdade Humana” (1954) e Educação no Mundo Moderno (1969).
Anísio Teixeira faleceu no Rio de Janeiro, em circunstâncias misteriosas, no dia 11 de março de 1971.
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BIOGRAFIA DARCY RIBEIRO
Darcy Ribeiro (1922-1997) foi um antropólogo, sociólogo, educador, escritor e político brasileiro. Destacou-se por seu trabalho em defesa da causa indígena.
Darcy Ribeiro (1922-1997) nasceu em Montes Claros, em Minas Gerais, no dia 26 de outubro de 1922. Filho do farmacêutico Reginaldo Ribeiro dos Santos e da professora Josefina Augusta da Silveira. Estudou no Grupo Escolar Gonçalves Chaves e no Ginásio Episcopal de Montes Claros. Mudou-se para São Paulo e ingressou na Escola de Sociologia e Política, graduando-se em 1946, no curso de Ciências Sociais.
Entre 1949 e 1951 trabalhou no Serviço de Proteção ao Índio. Foi professor de Antropologia na Escola de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e de Etnografia Brasileira e Língua Tupi na Faculdade Nacional de Filosofia.
Em 1953 organizou e passou a dirigir (em 1956) o Museu do Índio do Serviço de Proteção aos Índios. Colaborou com a fundação do Parque Nacional Indígena do Xingu, na região do atual Estado de Mato Grosso do Sul. Escreveu vários trabalhos em defesa da causa indígena. Em 1955 organizou o primeiro curso de Antropologia na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro.
A partir de 1957, coordenou a Divisão de Estudos e Pesquisas Sociais do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais. Em 1958 ficou responsável pelo setor de Pesquisas Sociais da Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo. Em 1959 tornou-se membro do Conselho Nacional de Proteção ao índio. Realizou pesquisas de campo junto a grupos indígenas dos Estados de Santa Catarina, Maranhão, Mato Grosso e Goiás.
No governo do presidente Jânio Quadros, em 1961, foi nomeado Ministro da Educação. No governo de João Goulart foi Chefe da Casa Civil, onde elaborou as reformas de base. Em 1964, teve seus direitos políticos cassados e foi exilado no Chile e no Peru. Em 1976, de volta ao Brasil, dedicou-se à educação pública. Durante o governo de Leonel Brizola, implantou no Rio de Janeiro os Centros Integrados de Ensino Público (CIEP). Entre 1983 e 1987 foi vice-governador do Rio de Janeiro, e em 1991, foi eleito senador pelo Rio de Janeiro.
Escreveu várias obras sobre etnologia, antropologia, educação, além de romances. Seu último trabalho, em 1995, foi "O Povo Brasileiro - a Formação e o Sentido do Brasil". Foi eleito para a cadeira nº 11, da Academia Brasileira de Letras. É patrono da cadeira nº 28 do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros.
Darcy Ribeiro faleceu em Brasília, no dia 17 de fevereiro de 1997.
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BIOGRAFIA DE JULIO MESQUITA FILHO
Ruy Mesquita (1925-2013) foi um jornalista brasileiro, comandou o Jornal O Estado de São Paulo desde 1996. Era a terceira geração de tradicional família de jornalistas.
Ruy Mesquita (1925-2013) nasceu em São Paulo, no dia 16 de abril de 1925. Neto de Júlio de Mesquita, jornalista que em 1891 fundou o jornal O Estado de São Paulo, filho do Júlio de Mesquita Filho que entre 1927 e 1969 consolidou o império e irmão de Júlio que até a sua morte em 1996 lutou pela preservação do jornal.
Rui Mesquita ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), mas transferiu-se para a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Iniciou sua carreira de jornalista como repórter, em 1948, em seguida, foi redator e depois, durante trinta anos, foi o responsável pela editoria internacional do Estadão. Foi também diretor do Jornal da Tarde, extinto em 2012.
O jornal o Estadão foi durante muito tempo considerado conservador, mas Ruy Mesquita o definia como uma publicação de ideias liberais e democratas. Ao lado do pai, apoiou o golpe de 1964, convencido de que o estado de direito estava ameaçado pela ofensiva de esquerda. Ruy Mesquita juntou-se aos conspiradores que articulavam o golpe militar, mas com o decreto do Ato Institucional nº 5, que proclamou a ditadura e precipitou a ruptura com o templo do liberalismo clássico, o grupo rompeu com o regime.
Durante os anos de Ditadura Militar, entre 1964 e 1985, o Estadão foi alvo da censura prévia. Em 1968 o jornal teve algumas edições apreendidas. Desafiando o regime, Ruy, junto com a família decidiu publicar poesias, entre elas, Os Lusíadas, de Camões, e receitas de bolos e doces no lugar dos textos censurados.
No dia 18 de agosto de 1996, após a morte do irmão Júlio de Mesquita Neto, o Dr. Ruy, como era chamado, a terceira geração de uma das mais tradicionais famílias de jornalistas do Brasil, ocupou o cargo de diretor e passou a ser responsável pela seção de opinião do Estadão. Em entrevista, afirmou “Nada de fundamental vai mudar, pois nossa linha e nossos princípios permanecem os mesmos”.
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BIOGRAFIA DE GUSTAVO CAPANEMA

Gustavo Capanema (1900-1985) nasceu no município mineiro de Pitangui, onde teve início a sua vida pública, com a vereança. Em 1924 forma-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais, regressando à sua cidade natal onde exerce a advocacia e o magistério na Escola Normal, como professor de Psicologia Infantil e Ciências Naturais, período em que também é eleito vereador. Com o retorno para a capital mineira, em 1930, ocupa cargos no governo de Minas de Gerais. Criado em 1930, o Ministério da Educação e Saúde Pública, foi ocupado inicialmente por Francisco Campos, que dá lugar, em julho de 1934, a Capanema, que permanecerá no cargo até 1945, apadrinhado por Alceu Amoroso Lima, liderança intelectual representativa do pensamento católico. Já no Ministério irá se cercar de modernistas e intelectuais como Carlos Drummond de Andrade (chefe de gabinete), Mário de Andrade (autor do anteprojeto de criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e Rodrigo Melo Franco de Andrade (responsável pela implantação do SPHAN e seu diretor por trinta anos). Em 1937 encaminha ao Congresso o Plano Nacional de Educação. Em 1942, sob os auspícios do estado novo e por iniciativa de Capanema, iniciam-se as reformas de ensino, de níveis (primário e secundário) e modalidades (ensino técnico profissional: industrial, comercial, normal e agrícola), traduzidas nas chamadas “leis orgânicas do ensino”, que se estendem até 1946.
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BIOGRAFIA DE FERNANDO DE AZEVEDO

Fernando de Azevedo (1894-1974) foi um educador, professor, crítico, ensaísta e sociólogo brasileiro. Foi um dos expoentes do movimento da Escola Nova. Participou intensamente do processo de formação da universidade brasileira, em busca de uma educação de qualidade.
Fernando de Azevedo (1894-1974) nasceu em São Gonçalo do Sapucaí, Minas Gerais, no dia 2 de abril de 1894. Graduado em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, dedicou-se ao magistério. Foi professor de Sociologia no Instituto Caetano de Campos e mais tarde no Instituto de Educação da Universidade de São Paulo.
Em 1926, Fernando de Azevedo passou a exercer o cargo de diretor geral da Instrução Pública do Rio de Janeiro. De 1927 a 1930 iniciou as primeiras reformas da educação brasileira. Foi um dos redatores do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Que defendia novos ideais de educação e estabelecia diretrizes para uma nova política educacional.
Em 1933 assumiu a direção da Instrução Pública do Estado de São Paulo. Fez vários investimentos para a melhoria da formação dos professores. Dirigiu o Instituto de Educação até 1938, quando passou a lecionar Sociologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na Universidade de São Paulo.
De 1941 a 1943 assumiu a direção da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Em 1942 dirigiu o Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo. Em 1947 foi nomeado Secretário de Educação do Estado de São Paulo. Foi também presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia. Em 1951, Fernando de Azevedo fundou a Biblioteca Pedagógica Brasileira, na Companhia Editora Nacional, órgão que dirigiu por mais de 15 anos.
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BIOGRAFIA FLORESTAN FERNANDES
Sociólogo e político paulista (1920-1995). É considerado o fundador da sociologia crítica no Brasil.
Cumpriu dois mandatos como deputado federal.
Florestan Fernandes (22/7/1920-10/8/1995) nasce na cidade de São Paulo, de origem pobre, estuda com dificuldade e destaca-se pela disciplina e esforço. Torna-se professor da Universidade de São Paulo (USP) na década de 40, sendo afastado pelo regime militar em 1969. A partir daí passa a lecionar em universidades do Canadá e dos Estados Unidos. Denuncia a marginalização do negro na sociedade na tese A Integração do Negro nas Sociedades de Classe (1964). Dedica-se, também, ao estudo das sociedades indígenas, da educação e da modernização, além da análise crítica da sociologia. Aborda o processo revolucionário latino-americano em Capitalismo Dependente e Classes Sociais na América Latina (1973). Em 1975 escreve A Revolução Burguesa no Brasil, sobre as classes dominantes do país e sua resistência às mudanças históricas. Volta ao Brasil em 1977, passa a lecionar na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), a partir de 1979, retornando à USP em 1986. É considerado o fundador da sociologia crítica no Brasil. Além da atividade acadêmica, destaca-se pela militância política de esquerda, elegendo-se deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em 1986, para a Assembléia Nacional Constituinte, e em 1990. Morre em São Paulo.
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